Nos painéis do tempo, um grande pensador argumentou que “se os olhos
não fossem solares, eles não poderiam ver o sol”. A metáfora,
delicadamente, transcorreu-se, e a mesma sabedoria pôde, então, tocar, com
inigualável primor, o ponto desejado: “Se o homem não fosse divino, ele não
poderia ver a Deus”. Apreende-se
dessa mensagem profunda o que Jesus, em Suas formidáveis parábolas, já
adiantara à Humanidade: “Eu estou no Pai, e o Pai, em mim”. Como em tudo que o
Amável Messias ensinou, havia, ali, uma verdade oculta; e, somente, os
apóstolos, no mais profundo êxtase mediúnico, puderam entendê-la. A criatura
terrena, ludibriada pelas densas sombras do orgulho, caminha na esteira da
infância espiritual e não consegue compreender que além das enfermidades
psicofísicas, brilha uma luz beatifica e imaculada no espírito santo, que todos
nós estamos destinados a ser um dia, graças a Lei Universal de Reencarnação.
Qual cristão não se recordará da célebre frase de Tomé, que ao tomar
conhecimento sobre a ressurreição de Jesus, disse “que só acreditaria
vendo”? Foi quando o Mestre ficou à frente dos olhos incrédulos; e surpreso,
o discípulo prostrou-se de joelhos e reconheceu-Lhe: “meu Senhor!”. Por instantes,
Tomé vibrou no plano da dúvida; porém, teve Jesus, Redivivo – para, enfim, reerguer
a sua fé. E na estrada dos séculos, está consagrado como um dos 12 apóstolos que, pela humildade e sabedoria, recebeu os ensinamentos secretos do Divino Benfeitor.
Nesta era de tanta modernidade, as criaturas, de Princípio Inteligente
absolutamente divino, crêem desconfiadas, visitam as encruzilhadas da vida, sem
saber para onde caminhar, e se esquecem que a felicidade reside no centro do ser, que tal qual um foco de luz ardente, aquece as áreas mais
frias do coração. Quando o homem olhar para dentro de si – em preces e
meditações – verá o quão majestosa é a obra do Altíssimo e que as maiores
belezas não estão – somente, no mundo exterior –, dentro das almas há paraísos
inenarráveis para a linguagem terrena; um mundo de sentimentos e idéias nobres
à espera da libertação. Lembremo-nos da Lei de Amor, ditada pelo Amigo
Celestial: “amai-vos uns aos outros como a ti mesmo”. Numa aparente simplicidade, o homem recebeu a
poesia que carrega o néctar da caridade e, nas paragens contemporâneas, pode, perfeitamente, tatear
o ponto delicado da frase, cujo término diz: “como a ti mesmo”. Feliz
aquele que se ama, porque tem dentro de si algo muito especial a doar. E desse
amor-próprio nascerão descobertas fantásticas, atualmente, vistas como
insondáveis pela criatura adormecida que, no tempo certo, atingirá a plenitude da
fé inabalável e do amor incondicional.
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