quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Breve diálogo


Como você definiria a beleza?
A maior expressão de beleza é a misericórdia. Nada tão digno do que ver o humilhado reerguer o seu opressor. O mundo precisa desses gestos. O orgulho ferido tem destruído, infelizmente, muitas famílias.

Um sonho de consumo?
Eu não diria de consumo, porque de modo algum desejo comprá-lo e tenho plena convicção de que não poderia assim agir. A minha utopia é poder amar as pessoas acima das coisas do mundo.

O que lhe dá prazer?
Olhar a natureza e enxergar uma formidável poesia de amor. Sendo o homem incapaz de conferir brilho a menor das estrelas, é inevitável dizer a necessidade de se reverenciar o Autor de toda criação. Em cada detalhe do Cosmo, Deus pensou em seus filhos amados.

Se você pudesse fazer uma viagem, para onde iria?
Se eu pudesse não, eu posso. O início é difícil e a caminhada, muito longa, mas todos nós somos eternos viajantes. Estamos continuamente mudando de morada. O lugar que estou hoje é sem dúvidas o ideal para mim. Não poderia estar em nenhum outro. E a consciência disso me dá esperanças.

O que é felicidade?
Evitar a tristeza com a energia das boas obras em favor do próximo.

Qual o valor do dinheiro?
Significativo, contudo ainda o utilizamos para adquirir bagagens pesadas e temporárias.

Um investimento?
Nas pessoas. Gasta-se muito com máquinas e pensa-se pouco na vida.

O que não tem preço?
O sopro da vida. Não pagamos para sermos criados. Ganhamos um presente e devemos dele cuidar. Cada virtude que conquistamos e incorporamos ao nosso modo de ser é uma atitude de gratidão.

No que acredita?
Em Deus, um Pai de amor maternal. E todas as boas crenças que trago comigo nascem, primordialmente, dessa.

Uma certeza?
O fracasso inexorável da violência em todos os tempos.

O que lhe emociona?
A caridade incondicional.

Quem merece os seus cuidados?
Aquele que precisar.

Onde está o maior problema da sociedade?
A exigência da perfeição na figura do outro.

Um ideal a seguir...
O Evangelho de Jesus.

Uma obra a preservar...
O planeta Terra.

Uma reforma a ser feita...
Nos corações.

Um mantra...
“Perdoa setenta vezes sete”.

Uma frase de despedida...
“Nele, como em certas plantas nas quais as flores nascem antes da folhagem, a caridade nasceu antes da razão” [1].



[1] Retirada da biografia de Vicente de Paulo.

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