quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ogum, benfeitor das almas

            As Tuas armas apresentam um simbolismo, cujos homens não conseguem interpretar, e por não entenderem, fazem idéia distorcida do objetivo de Tuas batalhas. Quem sabe um dia, lágrimas de arrependimento lavem os olhos embaçados de todos os que bradam com ira e façam cintilar o real sentido da intercessão divina. Veremos, então, que depois da guerra o metal lapidado não apresenta nenhum vestígio de sangue. A espada e a lança, na verdade, abrem caminho na escuridão, retiram os espectros das mentes perturbadas e cravam suas lâminas no dragão que vive e cospe fogo dentro do homem. As armas de Ogum se energizam sob a luz das estrelas, do sol e da lua, seus raios flamejantes iluminam as estradas em qualquer tempo para dar rumo àqueles que se perderam em suas missões. O grande guerreiro, antes de polir a espada, carrega um brilho de amor no coração. Ogum, sei que jamais humilhaste ou feriste nem mesmo os Teus oponentes. A força que tens está a serviço de tarefas edificantes em comunhão com a Lei Maior. Deve ser duro para o adversário que Te queres mal, saber que Tu só lhe desejas o bem.

Paternal, Ogum carrega a criança no colo;
misericordioso, levanta a cabeça de quem se arrepende;
cultiva a esperança, e não, o medo;
valoriza os humildes;
combate para transformar os soberbos;
ergue os que se ajoelham aos teus pés,
pois não se julga maior do que ninguém.
Ogum "não se inquieta pela posse do ouro",
sabes que o maior tesouro do universo é o amor de Oxalá.
A liderança de Ogum não é imposta,
nasce naturalmente nos reflexos de cada ação benevolente.
Poderia chamar-Te Conquistador, Senhor das Estradas, Cavaleiro Nobre ou General,
mas sei bem que esse tipo de glória não Te desperta interesse.
Ogum, continuarás vencendo Teus duelos com o maior de todos os golpes – a humildade.

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