segunda-feira, 22 de junho de 2015

A necessidade da exemplificação

   Há algumas décadas, surgiu na América um guru que incentivava os seus discípulos à pratica do suicídio como forma de alcançar o “paraíso”. Fora de si, essas pessoas “orientadas” seguiram a cartilha de seu guia e modelo: desistiram, então, da experiência terrena, retornando ao mundo espiritual na posição de suicidas. Após a catarse, certos curiosos, perplexos, perguntaram ao “religioso” o motivo dele não fazer o mesmo, a reposta foi sintética: – Alguém precisa ficar aqui (na Terra) para orientar. Esse caso é extremo, porém serve como referência à análise.

    É fundamental ter muito cuidado com esses falsos líderes que se arvoram em representantes de Deus, ministros da fé e, no intuito de dar validade à ideias doentias, violentam consciências, insufladas por fantasias, incompatíveis com a infinita bondade do Senhor.

   A vida é cheia de turbulências, e diversos sacerdotes (em grande parte das religiões!) reconhecem esse cenário de dor e aproveitam-se do sofrimento alheio para obter vantagens, fazer promessas injustificáveis e disseminar o medo. No século XXI, não deveríamos mais cair em tais armadilhas. Independente da religião particular de cada um, os homens já possuem suficiente repositório de informações espirituais para guiá-los no caminho do bem.

   Com a experiência da cruz, o Cristo – no templo da Natureza, em meio aos necessitados de toda ordem – ensinou à Humanidade que, nas derrotas da vida, encontram-se as lições mais preciosas para o Espírito imortal. Vezes múltiplas, consideramo-nos fracassados, mas espiritualmente estamos ganhando, construindo “por dentro”. Nisto, reside o processo de educação do sentimento – o maior patrimônio da alma.

   Por hábito, temos nos acostumado com líderes religiosos que mandam fazer e apontam o dedo em certa direção, contudo se observarmos a vida deles, veremos o caos: são personalidades que pregam uma coisa, e vivem outra. Num exame, com carinho e certa dose de razão, concluiríamos, prudentemente, em seguida: “eu não quero tanta hipocrisia, angústia, conflitos e inimigos para mim. Chega de tomar tóxico intelectual como se fosse mel”.

   Sem dogmatismo, ao olharmos o exemplo de Jesus, veremos que ele jamais mandou ninguém fazer nada, antes de ir à frente para mostrar o caminho. No Monte das Oliveiras, quando Pedro empunhou a arma para defendê-lo, cortando, assim, a orelha do soldado romano, o Divino Amigo orientou-lhe: “Simão, embainha a tua espada”.

   Para aqueles que se dizem seguidores de Jesus é, no mínimo razoável, o esforço para transformar o Evangelho em livro da vida e pô-lo em prática. O Cristo é um libertador de consciências, ao lado dele, aprenderemos, todos os dias, o prazer de servir, a alegria de ter amigos, as bênçãos do amor, as luzes da humildade, a paz da mansidão, a recompensa íntima da brandura e o júbilo eterno de se pagar o mal com o bem.

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