Certa
vez, o inesquecível líder indiano, Mahatma Gandhi, disse que se
todas as obras literárias da Humanidade se perdessem e sobrasse,
apenas, o Sermão da Montanha não se teria perdido nada. Sob o
influxo do verbo misericordioso de Jesus, os evangelistas anotaram um
roteiro para redenção dos homens.
Numa
dessas passagens, o Divino cordeiro disse que “os olhos são a
candeia do corpo, e se os nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo
será luminoso”. É bem provável que, neste momento, você esteja
sendo amado incondicionalmente aqui e também do lado de lá da vida.
Sem perceber ou ter notícias desses corações devotados, você
sofre. E o problema não está fora, mas dentro. Deus espera,
tão-somente, que o fogo que arde em nosso peito diminua para que um
facho de luz possa muita coisa reformar.
Tenho
certeza que você jamais errou nesta vida por ser generoso,
solidário, gentil, pacífico e amoroso. Nós temos naufragado mil
vezes nas ondas do egoísmo e do orgulho, quando a vida,
incessantemente, nos faz convites de simplicidade.
Eu
nunca vi ninguém num leito de hospital, próximo à morte física,
pedir que lhe trouxessem seu extrato bancário, a escritura do
imóvel, os títulos acadêmicos ou documento do carro. Geralmente,
mais ou menos lúcido, em vista da despedida, o Espírito roga para
ver alguém que não perdoou, pede para beijar os filhos, ver o
sorriso dos netos e diz ao companheiro devotado – “eu te amo,
obrigado por tudo”.
Transformar-se
é tarefa para corações que admiram os detalhes da vida. Não à
toa, após a crucificação, Jesus – que havia operado maravilhas
de cura, na terra, – foi reconhecido pelos seus apóstolos pela
maneira como repartia o pão. Ao ver aquela figura, aparentemente
desconhecida cortando o alimento, os discípulos exclamaram, cheios
de felicidade: “Rabi!”.
Então, fica a pergunta: que detalhes da vida nós já somos capazes de ver com os olhos da alma?
Nenhum comentário:
Postar um comentário